Fotos: Reuters/Reprodução
O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (17), que o papa Francisco, de 88 anos, enfrenta uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias, classificada como "situação clínica complexa". O quadro exigiu mudanças no tratamento e vai prolongar a internação do pontífice no Hospital Gemelli, onde está desde a última sexta-feira (14). A infecção polimicrobiana, causada por múltiplos microrganismos (como vírus, bactérias ou fungos), ocorre quando patógenos se aproveitam de uma condição prévia para colonizar o sistema respiratório. No caso do papa, a bronquite inicial — tratada desde o início de fevereiro — evoluiu para um quadro mais grave, com superinfecções que comprometem os brônquios.
Detalhes do diagnóstico e gravidade
Especialistas explicam que, em idosos com histórico pulmonar como o de Francisco — que perdeu parte do pulmão direito aos 21 anos após uma pneumonia grave —, a imunidade reduzida facilita complicações. O protocolo médico foi ajustado após exames detalhados, incluindo testes moleculares para identificar os agentes infecciosos.
O tratamento combina antibióticos de amplo espectro, antivirais e suporte respiratório, com foco em controlar a inflamação e prevenir novas complicações. Apesar da gravidade, o Vaticano relatou que Francisco "dormiu bem", tomou café da manhã e manteve o bom humor. Ele dedicou-se à leitura de jornais e fez ligações para uma paróquia em Gaza, demonstrando resiliência mesmo hospitalizado.
Histórico de saúde epreocupações
Esta é a quarta internação do papa em menos de quatro anos, refletindo sua vulnerabilidade:
2023: Hospitalizado por bronquite infecciosa;
2024: Cancelou eventos devido a dificuldades respiratórias;
2025: Queda em janeiro resultou em braço imobilizado e hematoma facial.
A internação atual ocorre em um ano crítico para a Igreja Católica: 2025 é um Ano Jubilar, com eventos globais que exigem a presença do pontífice. A agenda lotada e a recusa de Francisco em reduzir o ritmo de trabalho preocupam médicos, que recomendam "repouso absoluto".
Impacto nas atividades religiosas
O papa cancelou compromissos imediatos, incluindo a audiência semanal de quarta-feira e a oração do Ângelus na Praça de São Pedro. No domingo (16), assistiu à missa pela TV e pediu desculpas aos fiéis por não liderar pessoalmente as cerimônias. Apesar disso, manteve contato com fiéis via redes sociais, agradecendo as orações: "Obrigado pelo carinho, oração e proximidade", escreveu no X (antigo Twitter). O Vaticano não estimou data para alta, mas reforçou que o pontífice permanecerá internado "pelo tempo necessário".